Por José Linhares Jr
Após denuncias sobre o fechamento do Socorrão I, um grupo de vereadores decidiu visitar o Socorrão I. Ao constatarem o estado caótico da unidade, os vereadores decidiram questionar o diretor Yglésio Moyses (PT) sobre a situação. Foi então que eles, entre outras respostas, tiveram que ouvir a seguinte frase: “Tem funcionário nesta unidade que é igual a porco: gosta de “chiqueiro”.
Yglésio Moyses se referiu a profissionais que possuem cinco, dez e até mais tempo de trabalho no principal hospital de emergência de São Luís. Ele está no cargo há pouco mais de dois meses.
Doze vereadores testemunharam as declarações de Yglésio. Após a visita, o vereador Fábio Câmara mostrou-se chocado com a declaração. “A gente sabe que a situação é difícil. Contudo, acho que algumas coisas têm limite. Chamar pessoas que dia após dia lutam para salvar vidas, e isso nas piores condições possíveis, de porcos é demais”.
Três jornalistas acompanhavam a visita dos vereadores e também presenciaram a declaração: John Cutrim, Carla Lima e Isaías Rocha.
O diretor fez um balanço dos seus 60 dias à frente do hospital. Entre as medidas tomadas para melhorar a situação do hospital está o corte nas gratificações de funcionários. Para Yglésio diminuir o rendimento de profissionais que já trabalham em situação precária é uma medida acertada que deveria ser aplaudida por todos. Contudo, o diretor relatou que a reação foi ruim e reclamou.
“Tem funcionário nesta unidade que é igual a porco: se acostumou a viver na lama. Muitos que prestam serviço aqui preferem que o Socorrão continue do mesmo jeito (…), esses profissionais são iguais a porcos e estão acostumados a viver em “chiqueiro”, declarou Yglésio.
Além de culpar os funcionários do Socorrão pelo fechamento da unidade na sexta-feira, o diretor do Socorrão I também atacou ex-secretários de saúde. “A situação ao qual o Socorrão I vem enfrentando é culpa dos três antecessores”.
O diretor só esqueceu de mencionar que a situação no Socorrão I é a mesma desde muito tempo e reflete uma realidade nacional. Novidade nesta história é só o fechamento do hospital, ao que tudo indica sem o conhecimento do secretário de saúde Vinícius Nina, e o gato de Yglésio ser o primeiro diretor da história do hospital a chamar publicamente e sem rodeios a casa de chiqueiro e seus profissionais de porcos.
Fonte: http://blog.jornalpequeno.com.br/linhares